Do
jogo a espetácularização esportiva na TV
O espetáculo esportivo como massificação
social,
apresenta
algumas características que favorece sua comercialização e
aceitação
mundializada, tendo como elemento essencial à universalização da
sua
linguagem, o que segundo Pires (2002, p.90), dá-se “em virtude da
uniformidade
de seu funcionamento, imposta pelas entidades que o comandam
(ligas
e federações mundiais, e o Comitê Olímpico Internacional - COI)”. Essa
universalização
se dá pela linguagem imagética, no qual representações
simbólicas
permitem sua compreensão em todos lugares, facilitadas pela figura
e
personagem do atleta, que proporcionará muitas vezes a esperança do êxito.
Aproximando-se
aqui das idéias de DEBORD (2006), sobre a sociedade do
espetáculo,
quando se refere ao termo vedete do espetáculo, dada pela
representação
do vivido aparente, mediada pelo agente do espetáculo,
alimentando
um imaginário distorcido de muito dinheiro, fama, vitória e
pseudoconsumo
total, proporcionado pela mídia na expansão do capitalismo.
A internacionalização esportiva é o fenômeno
mais importante dos últimos anos (BETTI, 2004), declarando a televisão como
parte do processo transformador do esporte em esporte espetáculo, numa
interação
incessante,
adaptando-se uns aos outros. Tanto à TV adapta-se ao esporte,
como
o esporte à TV, procedendo alterações como: inclusão de publicidade,
mudanças
significativas nas regras de diversas modalidades, criações de
programas
e quadros de apresentação, exposição dos personagens (atletas),
recursos
tecnológicos para uma melhor dependência do espectador, entre
outras,
caracterizando uma aliança perfeita para o universo televisivo. Em
1993,
o presidente do COI Juan Antonio Samaranch afirma que:
Os
esportes que não se adaptarem à televisão estarão fadados ao desaparecimento;
da mesma forma, as televisões que não souberem buscar o acesso aos programas
esportivos jamais conseguirão sucesso financeiro e de público.(NUZZMAN, 1996,
apud PIRES, 2002, p. 92). Diante de tal afirmativa, lança-se a pergunta; será
que os
esportes
modernos poderiam viver sem o discurso midiático, já que a principal
fonte
de recursos gerados pelo esporte advém da vendas de produtos e
direitos
de transmissão de imagens? Como afirma Debord (2006, p. 39), “A raiz
do
espetáculo está no terreno da economia que se tornou abundante, e daí
vêm
os frutos que tendem afinal a dominar o mercado espetacular”.
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