quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Espetacularização do Esporte

Do jogo a espetácularização esportiva na TV
 O espetáculo esportivo como massificação social,
apresenta algumas características que favorece sua comercialização e
aceitação mundializada, tendo como elemento essencial à universalização da
sua linguagem, o que segundo Pires (2002, p.90), dá-se “em virtude da
uniformidade de seu funcionamento, imposta pelas entidades que o comandam
(ligas e federações mundiais, e o Comitê Olímpico Internacional - COI)”. Essa
universalização se dá pela linguagem imagética, no qual representações
simbólicas permitem sua compreensão em todos lugares, facilitadas pela figura
e personagem do atleta, que proporcionará muitas vezes a esperança do êxito.
Aproximando-se aqui das idéias de DEBORD (2006), sobre a sociedade do
espetáculo, quando se refere ao termo vedete do espetáculo, dada pela
representação do vivido aparente, mediada pelo agente do espetáculo,
alimentando um imaginário distorcido de muito dinheiro, fama, vitória e
pseudoconsumo total, proporcionado pela mídia na expansão do capitalismo.
 A internacionalização esportiva é o fenômeno mais importante dos últimos anos (BETTI, 2004), declarando a televisão como parte do processo transformador do esporte em esporte espetáculo, numa interação
incessante, adaptando-se uns aos outros. Tanto à TV adapta-se ao esporte,
como o esporte à TV, procedendo alterações como: inclusão de publicidade,
mudanças significativas nas regras de diversas modalidades, criações de
programas e quadros de apresentação, exposição dos personagens (atletas),
recursos tecnológicos para uma melhor dependência do espectador, entre
outras, caracterizando uma aliança perfeita para o universo televisivo. Em
1993, o presidente do COI Juan Antonio Samaranch afirma que:
Os esportes que não se adaptarem à televisão estarão fadados ao desaparecimento; da mesma forma, as televisões que não souberem buscar o acesso aos programas esportivos jamais conseguirão sucesso financeiro e de público.(NUZZMAN, 1996, apud PIRES, 2002, p. 92). Diante de tal afirmativa, lança-se a pergunta; será que os
esportes modernos poderiam viver sem o discurso midiático, já que a principal
fonte de recursos gerados pelo esporte advém da vendas de produtos e
direitos de transmissão de imagens? Como afirma Debord (2006, p. 39), “A raiz
do espetáculo está no terreno da economia que se tornou abundante, e daí

vêm os frutos que tendem afinal a dominar o mercado espetacular”. 

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